domingo, 17 de dezembro de 2017

Centro + Santa Teresa

Quem vai diariamente ao Centro do Rio geralmente está tão apressado que raramente enxerga a beleza e os encantos desse lugar. É praticamente um museu a céu aberto!

Em outubro de 2016 apresentei a minha amiga Ana Elisa esse lugar. Obviamente, não consegui mostrar tudo, mas deu pra sentir um pouco como nosso amado Centro é <3

OBS: Esse post está recheado de fotos da Ana Elisa e do Alex hahah

Clique no Mapa para maiores detalhes!
Começamos o passeio pelo Passeio Público. Foi um sábado de muitas risadas, afinal, eu me perdi - e quem é do Rio de Janeiro sabe o drama de ficar perdido. De Niterói para a Gávea existem dois ônibus, o 775 e o 750. O 775 passa pela Lapa, e era este o que eu deveria pegar... Mas só quando já estava indo para o Flamengo que eu descobri. Desci rapidamente no Santo Cristo, fiquei em uma igeja e pedi um uber. Perdemos alguns minutos de passeios, mas não atrapalhou tanto. Agora toda vez que passo nesse lugar lembro do meu desespero hahaha

Passado o nervosismo, conseguimos nos encontrar em frente ao Passeio Público. Seguimos em direção ao Theatro Municipal e era nítido o clima de tranquilidade no local. Na Cinelância havia crianças com seus pais participando de torneios de futebol de botão! Há quanto tempo eu não via isso... 

Pegando a perspectiva de geografia, é até interessante ver como os espaços ganham ressignificações em diferentes tempos. Se fosse um dia de semana, veríamos pessoas vestidas formalmente, apressadas... Mas num sábado era tudo descontraído, o ambiente ganhou uma nova atribuição. Centro sendo Centro!

Não visitamos o Theatro Municipal porque estava fechado. Hoje, consta no site que as visitas guiadas ocorrem de terça a sexta  (11h30, 12h, 14h, 14h30 e 16) e aos sábados e feriados (11h, 12h e 13).  O ingresso custa R$ 20,00 e possui meia-entrada para estudantes, idosos e pessoas de até 21 anos. 
Ana Elisa no Theatro Municipal
Após tirarmos algumas fotos no Theatro Municipal, visitamos a Biblioteca Nacional. É como estar nos anos 40... Possui uma arquitetura ímpar e um acervo completíssimo. É um passeio pago, mas infelizmente não lembro o preço e nem os horários de visitação. Antes de ir é bom se informar.
Ana Elisa e Alex na Biblioteca Nacional
Almoçamos no Mc Donalds (rápido e prático!) e seguimos andando para a Escadaria Selarón. Como era sábado, estava bastante movimentado, com turistas e guarda municipal, logo não parecia perigoso. Na verdade, o que eu sei é que a parte perigosa está nos degraus superiores, próximos à linha do bonde.

Essa escadaria foi a obra de arte do artista Selarón. Ele ficou anos decorando-a com azulejos de todos os cantos do mundo e, infelizmente, se suicidou em meados de 2013. Fica o legado e o reconhecimento a este gênio da arte.
O melhor que conseguimos haha Sempre tem alguém
Eu, Ana Elisa e Alex na Escadaria Selarón :)
Eram tantos azulejos lindos que não consegui me decidir. Fiquei feliz quando vi esse de Curaçao :)
Havia muitos turistas, tanto brasileiros quanto gringos. É muito difícil conseguir uma foto sozinha ali, então use e abuse dos ângulos diferentes. Há também pessoas que imprimem sua foto em um azulejo pelo valor de R$ 25,00. Achei bem interessante, mas não fizemos.

Até que gostei dessa foto! Por isso disse: use e abuse dos ângulos :)
O beco que leva à escadaria é uma graça. Há restaurantes arrumados e botecos, atendendo a todos os públicos, muita arte nas paredes e pessoas vendendo souvernirs do Rio. <3
Essa parede é uma obra de arte. Um mapa com nomes de pessoas de todo o mundo <3 Ah, santa...
De lá, seguimos para a Estação do Bonde de Santa Teresa, mas paramos para tirar uma foto dos Arcos da Lapa. Reitero que estava bem movimentado, mas todo cuidado é pouco.
Esse lugar é lindo demais!
Eu estava MUITO ansiosa, porque nunca havia andado no bonde (só tinha ido a Santa Teresa uma vez, de carro) e há pouco tempo ele fora reinaugurado. Não posso negar que também estava com dificuldade de achar a estação, pois é bastante escondida, na Rua Lélio Gama (atrás do prédio da Petrobras).

Ao chegar na estação, havia uma longa fila. São 32 pessoas por viagem, e tivemos que esperar um pouco. Os bondes saem de 20 em 20 minutos a partir de 11h  e funcionam até 16h ou 18h (consulte antes de pegar!). Na época, não precisamos pagar nada. Hoje, a passagem custa R$ 20,00 e inclui a volta - sim, um absurdo.

COMO é legal andar de bonde! É indescritível passar por cima dos Arcos da Lapa. É um misto de emoção, medo e adrenalina! Depois, vemos o aspecto tradicional de Santa Teresa... Suas casas coloridas, suas vielas, suas subidas... Esse bairro é ÍMPAR!
Eeeee o bonde vai sair!
Descemos na estação do Largo do Curvelo e visitamos o Parque das Ruínas. Já havia visitado antes, mas me surpreendi novamente. Linda visão do Centro, Pão de Açúcar, Cristo... É um lugar apaixonante! Em breve farei um post só sobre o Parque das Ruínas, com fotos da minha primeira visita ao lugar :)

Parque das Ruínas

Não era o dia mais lindo de todos, mas é impossível uma paisagem dessas ficar feia
Vale a pena visitar também o Largo dos Guimarães. É ali que fica o burburinho de Santa - há restaurantes, bares, lojas de artesanato, souvenir e muita arte de rua. Eu diria que é o reduto onde o hippie encontra o pagode e o samba e tudo vira uma deliciosa mistura. Essa é Santa Teresa. 
Ana Elisa fazendo pose com as Street Art
Depois disso, tomamos um bonde e fomos à Confeitaria Colombo, e não conseguimos comer: a fila estava imensa. Era aproximadamente 16h, a hora do café da tarde, e estava lo-ta-da. Mais uma vez me peguei pensativa sobre a ressignificação do espaço. Apesar de ser muito gostoso andar no Centro nos fins de semana, a "vida" fica restrita a alguns horários e espaços, tal qual as manhãs na Avenida Rio Branco, em frente a Theatro Municipal. Um outro "hotspot" que eu consegui identificar foi este, da Confeitaria Colombo à tardinha.  Havia pouquíssimas pessoas nas ruas, e a maioria estava indo para lá. Pessoas de todas as idades e nacionalidades, acompanhadas ou não de excursões e guias. A Confeitaria Colombo é, de fato, um símbolo.
Ana Elisa e Alex: pelo menos uma foto na Confeitaria :)
Comemos no Starbucks - que fica quase em frente à Confeitaria e percebemos que era hora de ir embora. Fomos pela Rua Uruguaiana - outro "hotspot" haha! Esse funciona de segunda à sábado, das 7h às 17h. Incrível! Sempre tem música e gente querendo vender tudo, e, claro, muitos produtos de procedência duvidosa. 

E foi a partir daí que algo curioso aconteceu. Neste dia estávamos eu, Ana Elisa e Alex, e um camelô resolveu pará-lo. Falou "Caramba amigo, quanto tempo!" e insistiu muito neste discurso, embora Alex não o reconhecesse. Ele estava tentando vender um perfume, e disse "É amigo, agora estou no ramo da permufaria". Foi engraçado, mas não caímos na dele. 

Ressalto esse fato porque há uma tentativa de golpe crescente na cidade. Esses "perfumes" são substâncias sedativas, e é importante evitar contato e estar sempre alerta.

Bom, é isso. Foi um dia incrível!

Forte de Duque de Caxias (Leme)

O Forte de Duque de Caxias -  mais conhecido como Forte do Leme -  é daqueles lugares que você pode ir diversas vezes e não vai se cansar. As fotos não conseguem representar tanta beleza e exuberância. É um verdadeiro tesouro escondido no Rio!

Como boa geógrafa que sou, aqui vai um mapa com a sua localização:
Forte de Duque de Caxias na extremidade leste de Copacabana. Print rápido e prático do Google maps haha

Ele fica no extremo leste da Praia de Copacabana, no bairro do Leme. Da praia é possível avistar uma  frondosa bandeira do Brasil, sempre hasteada.

A entrada do Forte fica na Praça Almirante Júlio de Noronha e é bem movimentada. Fica próxima à mureta do Leme, onde há diversos bares, quiosques, pescadores e uma estátua da Clarice Lispector.

Para entrar, é necessário desembolsar R$ 4,00. Se você for estudante, idoso ou tiver até 21 anos, tem direito à meia entrada, e paga somente R$ 2,00. Fique atento ao horário de funcionamento: de terça à domingo, de 9:30h às 16:30h.

A chegada ao forte requer uma trilha leve, em paralelepípedos, mas que, se feita com pressa, pode cansar bastante. Por isso, recomendo usar um calçado confortável - não faça como o Alex, na segunda vez que fui ao forte. Ele foi de havaianas e, na descida, quebrou haha - e beber bastante água (há bebedouro e banheiros em suas dependências).

Rafaella e eu admirando a vista, ainda na subida ao Forte.

A caminhada é muito arborizada e há locais para descanso. Uma curiosidade desse caminho é que em algum dia com significado bíblico (desculpem, não lembro ao certo) há uma procissão em que a cruz de Jesus Cristo é carregada. Por isso, é comum ver placas sinalizadoras de cada momento sacro. Este trajeto dura cerca de 25 minutos.

O Morro do Leme é extremamente estratégico, pois permite uma visão ampla da entrada da Baía de Guanabara e ainda está resguardado pelo Pão de Açúcar; dessa forma, a construção de um Forte na região foi muito oportuna.

A primeira ocupação deste Morro foi na década de 1770, com a construção do pequeno Forte do Vigia. Contudo, ao longo do tempo foram realizadas reformas e expansões, sendo que o desenho atual ficou pronto em 1914. Desde 1913 é chamado de Forte de Duque de Caxias

Ponto de interesse geólogico: placa explicativa sobre aspectos geológicos e geomorfológicos do Morro do Leme 
Entrada do Forte
Outro fato histórico interessante foi o papel que esta fortificação teve na Segunda Revolta da Armada. A disputa pelo poder do país estava bastante acirrada, e os militares solicitaram a renúncia do atual presidente à época, Floriano Peixoto, enviando-lhe uma carta e apontando os canhões deste Forte para a cidade do Rio de Janeiro. Dá pra imaginar a tensão, né?

Além dos aspectos históricos, o Forte do Leme é incrível por sua exuberância e vista. De 124m acima do nível do mar é possível avistar a praia da Urca e Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Morro Dois Irmãos, Pedra da Gávea, Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Praia vermelha e praticamente Niterói inteira. Simplesmente incrível!
Vista panorâmica do topo do Forte

Vista para o Morro da Urca e Pão de Açúcar <3

Canhões e o Cristo

Pão de Açúcar emoldurado nas paredes dessa fortaleza 
Não tem como não se encantar



Eu hahaha 
Vista para a Praia de Copacabana


Mapa desenhado no chão. Não dá pra ver, mas os outros fortes estão representados.

Ponto de observação. Estava tentando ver minha casa hahaha
É possível visitar também algumas exposições na parte interna do forte. Não havia muita coisa, mas já que estávamos lá, resolvemos ver.

As riquezas nacionais são bastante enaltecidas e valorizadas nestas exposições
É importante lembrar que você verá muitos micos ao longo do caminho e na área aberta do forte. Essa espécie é originária da Bahia e, por competições interespecíficas, dizimou espécies nativas. Eles estão sempre em grupos de 3 ou 4 micos e se aproximam ao farejar alimentos - um deles até tentou abrir minha mochila que estava no chão! Não é recomendado alimentá-los, portanto, tenha muito cuidado.


Mico estrela, uma espécie invasora
Considerações finais:
Eu sou apaixonada por este forte! Sempre recomendo a visitação a esse cantinho tão especial. Sinto que o seu potencial turístico/ecológico é pouco aproveitado. Na primeira vez que fui, havia também três turistas europeus e uma brasileira conhecendo. Na segunda, havia cerca de três turistas brasileiros e dois biólogos, aproveitando a paisagem e a natureza para fazer fotos de plantas e animais. Não sei também se a intensificação do turismo no Forte seria boa, pois é tão calmo e tranquilo.
Enfim, o que tenho visto é que ultimamente as pessoas estão relembrando esse cantinho escondido. Espero que continue bem cuidado e valorizado.



Só para que não fique confuso, fiz a visitação duas vezes: a primeira em um dia nublado,e a segunda em um dia de sol forte e calor intenso. Ir em um ia nublado foi bastante agradável, não estava tão quente e não torramos no sol. O grande problema foi que as fotos não ficaram tão bonitas. Na segunda visita, apesar de estar um dia LINDO, estava IMPOSSÍVEL de ficar lá por muito tempo.
O consenso que eu cheguei foi: vá em um dia de sol cedo. Assim você não pegará um sol tão forte e terá uma paisagem linda para conhecer e fotografar  :)

PLUS: Depois de descer, conheça a mureta do Leme. Coma petiscos e tome sucos nos quiosques, veja os pescadores trabalhando e, claro, não esqueça de tirar uma foto com a Clarice Lispector. (Pena que quando fui ela ainda não estava lá hahah)

Copacabana vista do Leme
Eu haha
Visitas em março/16, outubro/16
Forte do Leme <3